25.1.07

transmutação


Minhas asas de passarinho estao cada vez menores. Tendo sempre ao chao, numa necessidade de tocar tudo com os meus pes. a areia da praia; a cada dia que passa faço desenhos curvilineos com meu tornozelo. Curvas, ondas, circulos é como seu estivesse na parte circular da minha vida. Mas com pé no chão. Firme. Meus dedos penetrando na areia, como raizes que se mantem fixadas na terra. Nao vôo mais. Agora pretendo me plantar, me fixar. sempre tive medo da coisa fixa. Da coisa que fica. Hoje nao. Hoje eu fico, e vou ficando sem me preocupar com minhas coisinhas que ainda permanecem desarrumadas, vou me plantando nessas terras do sem fim, como a grande arvore do tempo, com raizes cada vez mais fortes. O Icaro caiu com suas asas queimadas pelo Sol. "Ícaro, Ícaro, onde você está?". Nao sei, talvez eu me torne agora um Prometeu, um prometido a firmeza da terra.

Thiago Romero