25.1.07

longe do coração selvagem


Senti-lo pela ultima vez não foi como eu queria que fosse. Não tivemos contatos corporais, foram apenas as mesmas e velhas elocubrações de uma impotência que tentei viver, foi-se com muitos caracteres, muitas palavras, porem com poucas lagrimas. Não choro mais pelo não vivido. Firmei o canto esquerdo do meu olho. Mais nada. O liquido não saiu, como nas outras vezes. Fico pensando no significado do não chora-lo. Mas tudo fica sem sentido. Acorda! Acorda! É o que eu grito para o meu peito, mas ele não acorda, ele permanece adormecido. Queria senti-lo doendo como nas outras vezes. Mas ele não dói. É preciso sentir o peito doer na hora das despedidas, é preciso firmar o canto esquerdo do olho e chora-lo como se fosse tudo pela ultima vez.

Thiago Romero